segunda-feira, 27 de junho de 2011

RIO+20, COPA E OLIMPIADAS SUSTENTÁVEIS, O LEGADO DO BRASIL PARA O PLANETA

Brasil é líder mundial em biodiversidade,


água doce e vários esportes e pode dar exemplo


Por José Pedro S.Martins


O Brasil vai sediar três eventos globais nos próximos cinco anos e, com eles, pode finalmente projetar e consolidar uma liderança planetária na discussão sobre o desenvolvimento sustentável. Em 2012, o Rio de Janeiro recebe a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Em 2014 será a vez da Copa do Mundo de Futebol e, em 2016, novamente o Rio de Janeiro será o palco dos Jogos Olímpicos.


Tem evoluído nos últimos anos, em escala internacional, o debate sobre as múltiplas possibilidades do esporte contribuir para o desenvolvimento sustentável e para a difusão dos valores associados à ética, à solidariedade e à cultura da paz. País com maior volume de água doce do mundo e maior biodiversidade, o Brasil, ao sediar no espaço de dois anos os maiores eventos esportivos, pode dar um salto espetacular nessa reflexão. A realização da Rio+20 representa ingrediente a mais nessa oportunidade histórica para o Brasil.


Vários setores associados direta ou indiretamente ao esporte podem se envolver nesse cenário favorável. Clubes, federações esportivas, fabricantes de material esportivo, universidades e organizações da sociedade civil podem participar de modo pro-ativo neste processo.


O legado decorrente destes eventos pode ser muito positivo, por exemplo em termos da melhoria da mobilidade sustentável e inclusiva nas grandes cidades que sediarão as competições, e também na conscientização dos milhões de torcedores que acompanharão as disputas. O Brasil, enfim, tem tudo nas mãos para sedimentar uma liderança global em sustentabilidade. Poderia ter assumido essa liderança a partir de 1992, em função da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco+92, igualmente realizada no Rio de Janeiro. Mas o Brasil perdeu essa chance. Agora, com a Rio+20, a Copa de 2014 e as Olimpiadas de 2016, as oportunidades reaparecem. Não dá para perder de novo esse barco. Ele pode querer circular em outras águas depois.