ENTREVISTAS


Deputado Jonas Donizette entende que Brasil pode firmar
imagem de país que se preocupa com a sustentabilidade 


Parlamentar na mesa principal do Seminário Políticas Ambientais para a
Sustentabilidade na Copa de 2014, realizado no Mato Grosso

Comissão do Desporto está atenta ao uso de dinheiro público e preocupada com cronograma da mobilidade urbana
  
        O presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara Federal, deputado Jonas Donizette (PSB-SP), já visitou sete das 12 cidades-sede da Copa de 2014. As outras cinco serão visitadas até o final do ano, em um roteiro planejado para a verificação do estado da preparação das cidades para a Copa da Sustentabilidade. Até o momento, a grande preocupação, admite o deputado, é com o cronograma de obras relacionadas à mobilidade urbana. “Os projetos de mobilidade não são simples, pois muitos envolvem desapropriação, entre outros fatores”, observa o deputado, que tem sua base em Campinas.
       São dois os focos principais da Comissão que preside em relação à Copa, diz Jonas Donizette. Em primeiro lugar, a transparência no gasto público relacionado à competição. “Estamos atentos para que a Copa não seja um sorvedouro de dinheiro público, para que esse dinheiro seja bem empregado, no sentido de que haja um efetivo e importante legado, em particular para a população local e do entorno das cidades-sede, mas também para todo país”, afirma o parlamentar.
       O outro foco da Comissão é o acompanhamento  do cronograma das obras de infraestrutura, em termos de mobilidade urbana e dos aeroportos que estão recebendo investimentos para sua ampliação e melhoria, nas 12 cidades-sede e mais Campinas, com o Aeroporto Internacional de Viracopos. Jonas Donizette entende que avanços em mobilidade e nos aeroportos já representarão um expressivo legado para os brasileiros, em função da Copa.
      Mas o grande salto, entende o parlamentar, se dará com a oportunidade de o Brasil ratificar perante o mundo a sua preocupação com a sustentabilidade. “O país já assumiu compromissos voluntários com a redução de gases que provocam o aquecimento global. A Copa será um momento importante para o Brasil reiterar sua preocupação com o desenvolvimento sustentável, seja na construção dos estádios, seja em avanços em políticas públicas”, frisa Donizette. (JPSMartins)

Minas Gerais quer abrir a Copa da Sustentabilidade e mostrar cidades históricas

Panorama geral de Ouro Preto, ex-Vila Rica, Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco


Matriz de Nossa Senhora do Pilar e seu elenco de 400 anjos, uma das jóias do barroco brasileiro 


Deputado Carlaile Pedrosa, membro da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara Federal, no Seminário Políticas Ambientais para a Sustentabilidade na Copa 2014


      Trabalhando em silêncio, Minas Gerais está pronta para sediar a abertura da Copa de 2014, a Copa da Sustentabilidade. E quer aproveitar o momento para mostrar ao mundo as cidades históricas, os monumentos barrocos que refletem o ouro dos garimpos e a mescla de etnias e culturas que constroem o Brasil.
       O novo Mineirão deve estar concluído até 2012. Será o primeiro dos estádios da Copa a ficar pronto. Um estádio para 72 mil pessoas, com estacionamento coberto para 5 mil veículos. O projeto de arborização prevê a ligação entre o Mineirão e o Parque da Pampulha, que está passando por completa reformulação.
       “Os governos estadual e municipal, vereadores, deputados estaduais e bancada federal estão trabalhando unidos, para que Belo Horizonte sedie a abertura da Copa”, confirma o deputado Carlaile Pedrosa (PSDB-MG), membro da Comissão de Desporto e Turismo da Câmara dos Deputados.
       Apaixonado por futebol, o deputado Carlaile é conselheiro do Atlético Mineiro e diz estar otimista com a preparação da capital mineira para atender às exigências da FIFA. “Os projetos de mobilidade urbana estão adiantados, a rede hoteleira está se ampliando e se qualificando para a Copa. Minas quer abrir o Mundial”, reitera o parlamentar.
        A presença de esperados 600 mil turistas estrangeiros e a atuação de uma poderosa estrutura de mídia são ativos que, para o deputado Carlaile, deverão ser fundamentais para impulsionar o turismo durante a competição. E nesse sentido Minas Gerais está se preparando para divulgar as cidades históricas, ele acrescenta.
       Mariana, São João del-Rei, Congonhas do Campo e, claro, Ouro Preto, Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, são alguns dos brilhantes tesouros turísticos que Minas quer divulgar com muita força à comunidade internacional em função da Copa de 2014. E, como contribuição para a Copa da Sustentabilidade, Belo Horizonte tem sido referência para a elaboração de inventários de gases de efeito-estufa nas cidades-sede.
       Ex-prefeito da cidade industrial de Betim, o deputado Carlaile Pedrosa diz estar muito otimista com o legado que a Copa de 2014 pode deixar em infraestrutura para o Brasil, em termos de mobilidade urbana mas também na melhoria de aeroportos, do setor de serviços e na área ambiental. E não se esquece: a incrível cozinha mineira já pôs as panelas no fogão para esperar os turistas brasileiros e estrangeiros. “Muitos turistas virão mais pelo país do que pelo futebol em si. É o momento do turismo brasileiro dar um grande salto”, conclui o parlamentar mineiro. (JPSMartins)


Deputado Delegado Protógenes defende cadastramento de torcedores e qualificação dos serviços em função da Copa de 2014


Deputado Delegado Protógenes, no Seminário Políticas Ambientais
 para a Sustentabilidade na Copa de 2014

       O cadastramento dos torcedores dos times de futebol é um grande passo para equacionar o drama da violência nos estádios brasileiros. A tese é do deputado Delegado Protógenes Queiroz (PC do B-SP), membro da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados e que participa do acompanhamento dos preparativos para a Copa de 2014.
      “Cadastrar os torcedores seria uma medida importante. Em pouco tempo teríamos o cadastro dos torcedores por equipe e por estado, ajudando muito no esforço de prevenção de conflitos”, diz o deputado. Delegado da Polícia Federal por 12 anos, ele tem experiência acumulada em questões ligadas à FIFA.
      Em 2006, compôs uma força-tarefa da FIFA que investigou denúncias de corrupção no futebol em vários países. Ele se credenciou para a função, pela investigação de que participou a respeito de denúncias de corrupção no futebol brasileiro e que tiveram repercussão mundial.
     “A corrupção era um fantasma que ameaçava o futebol internacional e a FIFA promoveu uma ampla apuração de várias denúncias”, lembra o parlamentar. Desde então, ele passou a integrar a Comissão Permanente de Segurança nos Estádios da FIFA, e acompanhou as Copas de 2006, na Alemanha, e de 2010, na África do Sul.
       Agora como deputado federal, esse advogado baiano de Salvador, eleito por São Paulo, entende que a Copa de 2014 tem tudo para ser tranqüila. Acredita que atenção especial deve ser dada para os chamados jogos de risco.
       O deputado Delegado Protógenes considera que a Copa de 2014 representa uma oportunidade histórica para o Brasil dar um grande salto na sua estrutura turística, começando pela qualificação dos serviços. “O turista que vai a uma Copa do Mundo é exigente, logo no aeroporto começa a notar os serviços oferecidos, e a mesma postura ocorre em relação aos hotéis, aos restaurantes. O Brasil pode e precisa melhorar muito nessa área, e o trabalho de formação que por exemplo o sistema CNC-SESC-SENAC se propõe a fazer, de capacitar 1 milhão de pessoas, representa grande apoio”, frisa o parlamentar.
    Para ele, o Brasil pode aprimorar mecanismos para enfrentar o monstro da corrupção e suas múltiplas garras. Como contribuição, propôs o projeto de lei PL 21/2011, que equipara os crimes de corrupção a homicídio, o que levaria os culpados a receber penas de 12 a 30 anos de prisão. O projeto tramita em regime de prioridade na Câmara, onde o deputado Protógenes é vice-presidente da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção.
      Na justificativa do projeto, o deputado afirma: “A corrupção é uma das principais chagas do Brasil. De acordo com o Índice de Percepção de Corrupção da ONG Transparência Internacional, em 2008, o Brasil atingiu a marca de 3,7 em uma escala que vai de zero (países vistos como muito corruptos) a dez (considerados bem pouco corruptos) e ficou em 75º em um ranking de 180 países avaliados”.
     O parlamentar cita ainda estudo da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) realizado em 2010, revelando que a corrupção no Brasil custa até R$ 69,1 bilhões por ano. “Apesar dos avanços obtidos no governo Lula com o fortalecimento da Polícia Federal e da CGU, ainda nos encontramos muito aquém no que diz respeito ao combate rigoroso as práticas de corrupção”, lamenta o deputado Delegado Protógenes, que defende então mudanças na legislação para aprimorar o combate à corrupção. O Brasil que deve se preparar melhor para ganhar a mãe de todas as batalhas, o jogo pela ética, pela transparência e pelo zelo com o dinheiro público. (JPSMartins)