segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Paralimpíadas divulgam turismo inclusivo, que tem estância de Socorro como referência no Brasil

Durante as Paralimpíadas de Londres, que terminam nesta semana, a Embratur está divulgando os avanços brasileiros no turismo inclusivo, um segmento que cresce de forma expressiva em todo mundo. No seminário Discover Brazil, promovido na Casa Brasil, na capital britânica, foram apresentados os casos de Cabo Frio, no litoral do Rio de Janeiro, e da estância hidromineral de Socorro, no interior de São Paulo, cidade considerada referência no país em turismo inclusivo.
A Embratur anunciou no seminário em Londres que promoverá uma press trip, para que jornalistas estrangeiros possam conhecer destinos no Brasil estruturados para o setor de turismo inclusivo. A estância de Socorro fará parte do roteiro. E Embratur promove o Programa Turismo Sem Limites, voltado exatamente para o segmento do turismo inclusivo.
A estância hidromineral, de menos de 40 mil habitantes, já era conhecida por vários atrativos. Localizada na Serra da Mantiqueira, na divisa com Minas Gerais, é cortada pelo rio do Peixe e mantém vários casarões do século 19 e início do século 20, remanescentes do ciclo do café, que também legou para a cidade uma estação da extinta Companhia Mogyana de Estradas de Ferro.   
Nos últimos anos, Socorro tornou-se referência nacional e internacional em turismo inclusivo por uma decisão estratégica do Município e pelo apoio recebido do Ministério do Turismo. Vocacionada para o turismo de aventura, Socorro credenciou-se em 2007 como um dos 17 destinos incluídos no Programa Aventura Segura, do Ministério do Turismo. Este credenciamento foi muito importante para preparar o município para o turismo inclusivo, pois o Programa Aventura Segura estipula a capacitação dos agentes públicos e privados, no sentido de receber com segurança os turistas, de acordo com as diretrizes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
No ano seguinte, a Prefeitura lançou o Programa Socorro Acessível, visando adaptar as atrações turísticas do município para receber em condições adequadas pessoas com deficiência. Novamente com o apoio do Ministério do Turismo, outras capacitações foram feitas e mais de 50 estabelecimentos, entre bares, restaurantes, pousadas e hoteis, foram adaptados. Cardápios em Braille, quartos adaptados para receber cães-guias, brinquedos para crianças cadeirantes, telefones adaptados e banheiros adaptados são alguns dos resultados desse esforço coletivo.
O espaço urbano também recebeu muitas intervenções, como rampas para acesso às calçadas, eliminação ao máximo de barreiras arquitetônicas, semáforos sonoros e pisos táteis. E o roteiro do turismo de aventura também tem sido objeto de ações constantes, visando a sua adaptação.
Já em 2005 algumas modalidades de turismo de aventura começaram a ser adaptadas, com apoio do Ministério do Turismo e protagonismo da ONG Aventura Especial. Em 2007, de novo com apoio do Ministério, foi executado um mapeamento da acessibilidade turística, pela Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape). Foi a base para o Programa Socorro Acessível.
Os três parques do município – Parque Ecológico do Monjolinho, Pedra da Bela Vista e Parque dos Sonhos - receberam adaptações para o turismo inclusivo. Cadeiras motorizadas com pneus especiais, para utilização em trilhas, são alguns dos equipamentos oferecidos.
Membros dos comitês organizadores da Copa 2014 e Olimpíadas 2016 já visitaram a estância hidromineral, que também sediou, em abril de 2010, o I Seminário Estadual de Turismo de Aventura. O planejamento estratégico do município prevê outros avanços, como a adequação, até 2014, dos ônibus intermunicipais que servem os moradores, para que permitam total acessibilidade às pessoas com deficiência. No ranking da mobilidade com acessibilidade, Socorro vem se destacando no pódio.      

domingo, 2 de setembro de 2012

Começa quinta-feira, dia 6, nova edição das Olimpíadas Escolares em Poços de Caldas

Entre 6 e 15 de setembro a cidade de Poços de Caldas, no Sul de Minas, sedia a edição 2012 das Olimpíadas Escolares, para a faixa etária de 12 a 14 anos. Participarão mais de três mil atletas de todo o país, em 13 modalidades esportivas: atletismo, badminton, ciclismo, judô, luta olímpica, natação, tênis de mesa, xadrez, ginástica rítmica, basquete, futsal, handebol e vôlei. As Olimpíadas Escolares para a faixa de 15 a 17 anos acontece de 25 de novembro a 8 de dezembro em Cuiabá (MT).
A judoca Sarah Menezes, medalha de ouro em Londres, é exemplo de atleta revelada nas Olimpíadas Escolares, competição promovida pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e correalizado pelo Ministério do Esporte a partir de 2005. Outros atletas que competiram nas Olimpíadas de 2012 participaram de Olimpíadas Escolares: a também judoca e medalhista Mayra Aguiar, as finalistas  Rosângela Santos e Ana Claudia Lemos, do atletismo, o semifinalista Leonardo de Deus, da natação, e também atletas de handebol, futebol feminino e basquete.
Do mesmo modo, quatro atletas que foram revelados em Olimpíadas Escolares e que são consideradas promessas para 2016 viajaram a Londres, para participar do Programa Vivência Olímpica do COB. Outros resultados recentes demonstram a relevância cada vez maior das Olimpíadas Escolares na revelação de atletas. Caso dos Jogos Sul-americanos Medellín 2010, que teve a participação de 57 (entre a delegação de 561) atletas brasileiros que tinham atuado nas Olimpíadas Escolares. Esses atletas foram responsáveis por 31 das 335 medalhas ganhas pelo Brasil.
Durante as edições das Olimpíadas Escolares, é promovida uma ampla programação de atividades educativas e culturais. É o que acontecerá novamente em 2012, em Poços de Caldas e Cuiabá. A cidade mineira sedia as Olimpíadas Escolares pela quarta vez e, conforme decisão recente do COB,  também é candidata a sediar o evento em 2014, ao lado de seis capitais: João Pessoa (PB), Goiânia (GO), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Vitória (ES) e Salvador (BA).

Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência divulgada nas Paralimpíadas de Londres

A Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela Organização das Nações Unidas em 2006 e que entrou em vigor em 3 de maio de 2008, está sendo amplamente divulgada durante as Paralimpíadas de Londres, que entram na sua semana final. O texto já foi assinado por 153 países e ratificado por 119.
"Para as Nações Unidas, os esforços do Movimento Paralímpico são de grande importância, tendo em vista promover a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, especialmente a referência ao desporto devido às infinitas possibilidades que o esporte oferece para a inclusão e aceitação de diversidade", afirmou o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, na mensagem encaminhada aos Jogos Paralímpicos, entregue pelo Assessor Especial das Nações Unidas para o Esporte para o Desenvolvimento e a Paz, Wilfried Lemke.
Em seu artigo 30, a Convenção da ONU estipula que os Estados devem garantir às pessoas com deficiência pleno acesso a atividades esportivas gerais e atividades esportivas específicas voltadas a elas. A Convenção prevê os direitos das pessoas com deficiência em todas as áreas.
O artigo 8 indica que os Estados signatários devem se comprometer em combater os preconceitos e estereótipos e promover a tomada de consciência sobre as capacidades das pessoas com deficiência. No artigo 23, a Convenção estipula que as crianças com deficiência terão os mesmos direitos que as demais e que não serão separadas dos pais contra a sua vontade. 
A Convenção garante ainda, entre outros direitos das pessoas com deficiência, a sua igualdade de direitos perante a lei em relação a todos demais cidadãos (artigo 5), a sua proteção física e mental (artigo 17), a promulgação de leis impedindo que sejam vítimas de toda forma de exploração, violência e abuso (16), a proteção contra ingerências ilegais ou arbitrárias em sua vida privada, lar, correspondência ou qualquer outro tipo de comunicação (22), a acessibilidade total, com a eliminação das barreiras e obstáculos a seu acesso a meios de transporte, instalações em geral e serviços públicos (9), o acesso à informação nos formatos acessíveis, inclusive em Braille e língua de sinais e outros instrumentos (21), a eliminação de qualquer preconceito em relação a matrimônio, família e relações familiares (23) e acesso pleno a educação (24), saúde (25) e ao trabalho e ao emprego (27).