terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Jogo contra a Pobreza no Brasil pode abrir novo campo para ações sociais no esporte


Novo tempo nos eventos ligando esporte e ação social no Brasil, após o Jogo contra a Pobreza de hoje?

Nesta quarta-feira, 19 de dezembro, acontece em Porto Alegre, a partir das 21 horas, na nova Arena Grêmio, que substitui o antigo e histórico Estádio Olímpico, a décima edição do Jogo contra a Pobreza. É uma iniciativa que sempre teve como organizadores os craques Ronaldinho, Fenômeno, e Zidane, e que nos primeiros nove anos arrecadou US$ 4 milhões, destinados a projetos sociais na África, Ásia e América Latina. O primeiro jogo no Brasil vai ser a estreia de uma nova modalidade de arrecadação, a doação de qualquer parte do mundo em uma conta administrada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O jogo que costuma atrair milhões de telespectadores pode inaugurar uma nova fase de ações sociais no esporte no Brasil, onde esse tipo de iniciativa ainda é muito tímida em relação ao que já ocorre na Europa, principalmente.
De modo simultâneo à partida, cidadãos de todo mundo podem participar da iniciativa promovendo o
hashtag #PovertyMatch (mescla das palavras “pobreza” e “jogo” na tradução literal do inglês) nas redes sociais. O objetivo do PNUD é chamar a atenção do mundo para o combate à pobreza, um dos Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), lançados em 2000 e que têm como prazo de validade o ano de 2015.
A Administradora-Adjunta do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Subsecretária-Geral da ONU, Rebeca Grynspan, chegou ontem a Porto Alegre para a 10ª edição do Jogo Contra a Pobreza. Na capital gaúcha, participou de ações ligadas ao PNUD no combate ao HIV/AIDS .
A realização do décimo Jogo contra a Pobreza no Brasil está naturalmente relacionada ao ciclo de megaeventos esportivos que o país começa a viver a partir de 2013, com a Copa das Confederações, seguida da Copa do Mundo da FIFA em 2014 e Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016.
Mas o evento também pode ser um marco em termos de ações sociais ligadas ao esporte no Brasil. Apesar da forte presença do esporte, e obviamente em primeiro lugar do futebol, na vida dos brasileiros, o país ainda não tem uma tradição de eventos regulares e de grande dimensão vinculando esporte e ação social e/ou ambiental. Poucas ações têm o poder de atrair as pessoas hoje, em todo o mundo, como o esporte, e em particular os megaeventos como Copa do Mundo e Olimpíadas. É, então, uma oportunidade histórica para o Brasil começar a explorar positivamente esse enorme potencial transformador. (Por José Pedro Martins)