segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Olimpíadas de Londres renovam histórias de superação

Durante duas semanas, a utopia resgatada. As Olimpíadas de Londres estão renovando as histórias de superação associadas ao esporte. São trajetórias pessoais marcadas por enormes desafios, mas coroadas com medalhas olímpicas ou apenas com a satisfação de estar competindo entre os melhores, indicando vitórias no jogo mais importante, o jogo da vida.
É o caso de Joanna Rowsell,  integrante da equipe britânica campeã olímpica de ciclismo, na prova que teve Paul McCartney como espectador ilustre. Aos 10 anos ela recebeu o diagnóstico de alopecia, doença que provoca a queda dos pelos do corpo. Cinco anos depois, o ciclismo começou a mudar a sua vida e a sua prioridade passou a ser a preparação para as competições. Venceu campeonatos juvenis e em 2008 integrou a equipe britânica campeã mundial, repetindo o feito em 2009 e 2012.
Uma das biografias mais impressionantes, ligadas aos Jogos Olímpicos de Londres, é a de Adrien Niyoshuti, 25 anos. Ele perdeu os pais, o avô e seis irmãos no genocídio ocorrido em Ruanda em 1994, quando 800 mil pessoas morreram, como resultado das disputas entre Hutus e Tutsis. Ele começou a carreira no ciclismo como consequencia do trabalho que fazia, transportando hortaliças e legumes em bicicletas. Niyoshuti carregou a bandeira de Ruanda na cerimônia de abertura em Londres. Seu país levou sete atletas à Inglaterra.
Outro africano que tem uma bela história para contar é o velocista Oscar Pistorius. O sul-africano é o primeiro atleta bi-amputado a competir na Olimpíada e na Paraolimpíada. Ele chegou à semifinal dos 400 m rasos em Londres. Embora não tenha se classificado para a final, já tem o nome inscrito na galeria da superação.
Impossível não citar, igualmente, o feito de atletas de países de baixa renda, mas que se tornaram referência mundial em várias modalidades.  Caso dos etíopes e quenianos do atletismo, tão bem conhecidos dos brasileiros pela sua tradicional e vitoriosa participação na Corrida de São Silvestre e outras competições semelhantes. Para variar, a etíope Tiki Gelana ganhou a maratona feminina em Londres. A queniana Priscah Jeptoo ficou com a medalha de prata.
Claro, Usain Bolt, o jamaicano bicampeão olímpico nos 100 metros rasos, na prova que teve outro compatriota, Yohan Blake, como segundo colocado.  A terra do reggae também assombra o mundo nas pistas de atletismo.
Terminadas as Olimpíadas, logo depois a capital britânica sediará o momento máximo da superação pelo esporte. A décima-quarta edição das Paraolimpíadas acontecerá entre 29 de agosto e 9 de setembro. Serão 21 modalidades, proporcionando novos relatos de transposição de barreiras, de celebração da beleza da vida (Por José Pedro S.Martins)

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