terça-feira, 21 de agosto de 2012

Avança na Europa debate sobre corrupção no futebol e outros esportes

No próximo dia 30 de agosto, no Espace de l´ Europe 21, em Neuchâtel, na Suíça, será realizado o Simpósio Fraude no Esporte, com a participação de representantes de organizações como Transparência Internacional, Comitê Olímpico de Internacional e Centro Internacional de Estudos Esportivos (CIES) Observatório do Futebol, além de vários juristas. O simpósio vai debater a questão da fraude no esporte sob a perspectiva científica, visando identificar estratégias para solucionar o problema.
O simpósio é promovido pelo Instituto de Luta contra a Criminalidade Econômica (ILCE), em colaboração com a Transparência Internacional Suíça. Estarão em debate temas polêmicos como Aquisição e gestão criminal de clubes esportivos, Riscos financeiros ligados à transferência de jogadores de futebol, Aplicação do direito anticorrupção às organizações esportivas internacionais na Suíça, A luta contra o doping e A manipulação dos resultados esportivos.
Em 2009 a Transparência Internacional publicou o relatório "Corrupção e esporte: construindo integridade e prevenindo abusos". A organização observa: "Sempre que há uma competição, dinheiro ou poder envolvidoa corrupção é uma ameaça constante. A indústria desportiva não é imune a esta realidade. Desde a combinação de resultados a propinas para construção de estádios, o mundo esportivo tem visto uma série de escândalos de corrupção que manchou sua reputação".
Transparência Internacional nota que, embora a Carta Olímpica afirme que "procura criar um modo de vida  com base no (...) o valor educacional do bom exemplo e respeito com
 princípios éticos universais fundamentais", muitos esportes e organizações - segundo a organização anticorrupção - "ainda não adotaram abordagens eficazes para lidar corretamente com o problema da corrupção no desporto".
A organização sugere então algumas ideias para combater e prevenir a corrupção no esporte:  adoção de instrumentos anticorrupção, tais como os princípios da Transparência Internacional para Combater o Suborno nos Negócios, "para colaborar com a indústria de jogos internacionais a evitar abusos e corrupção"; parcerias com organizações internacionais anticorrupção e antifraude; parcerias entre organizações da sociedade civil e associações desportivas, eventos e equipes em atividades que promovam uma maior responsabilização e ajudem a produzir diretrizes de boas práticas; promoção dos valores fornecidos pelo esporte e sua utilização na educação, especialmente em colaboração com jovens atletas; estabelecimento de abordagens anticorrupção em organizações desportivas internacionais, como nos seus estatutos, constituições e códigos de conduta para
membros; promoção de transparência por parte de equipes e proprietários de clubes; promoção de regras claras e transparência na transferência de jogadores e no mercado de trabalho; construção
de pactos de integridade e de mecanismos para monitoramento cidadão de projetos de infraestrutura ligados a grandes eventos esportivos; d
esenvolvimento de um código de conduta e regras para a distribuição de convites VIP e de ingressos em eventos esportivos; promoção da ética no esporte como parte da responsabilidade dos patrocinadores corporativos; sensibilização dos meios de comunicação sobre o seu importante papel no combate a comportamentos antiéticos e corrupção no esporte e quanto aos riscos associados de perda de independência da mídia; parcerias entre as organizações da sociedade civil e jornalistas para combater a corrupção no esporte.
No documento, Transparência Internacional cita casos exemplares de prevenção à corrupção no esporte. Na Argentina, o capítulo local da Transparência, denominado Poder Ciudadano, elaborou diretrizes para organizações esportivas, de modo a promover administrações mais transparentes e
responsáveis, incluindo a divulgação regular das rendas dos dirigentes e publicação de orçamentos e compras. Na Itália, o capítulo local da Transparência tem foco na educação e cooperação com escolas e promove mesas redondas com funcionários do governo, organizações da sociedade civil e atletas
para discutir mecanismos para incentivar e reforçar a ética e a integridade. No Quênia, o capítulo local da Transparência Internacional atuou como árbitro no polêmico processo de eleição da federação de futebol. Na Suíça, o capítulo nacional de Transparência promove a consciência da corrupção no esporte pela publicação de artigos na mídia e organizando mesas redondas com os árbitros, dirigentes esportivos, associações e representantes dos meios de comunicação

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