domingo, 27 de novembro de 2011

Começa nova Conferência do Clima, na África do Sul da Copa de 2010

Começa nesta segunda-feira, 28, e vai até 9 de dezembro a Conferência do Clima em Durban, na África do Sul. Será mais uma oportunidade para a tentativa de um acordo global visando a redução de emissões de gases que provocam as mudanças climáticas. A principal expectativa é sobre uma eventual solução para o período posterior ao Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Em 2010 as atenções mundiais estavam voltadas para a África do Sul por causa da Copa da FIFA. Agora o pais que sofreu todos os impactos da tragédia do apartheid é mais uma esperança em relação ao grande desafio do aquecimento global. Será um sucesso ou mais um fracasso?

A crise econômica que assustou o planeta em 2008 e volta a ameaçar muitos países, em especial na Europa, tirou um pouco o foco dos governantes da questão climática. Há uma incógnita também quanto à atuação em Durban das potências emergentes, em especial a China e a Índia, sem falar na Rússia que tradicionalmente é reticente em termos de mudanças climáticas. Os países industrializados têm-se esforçado para que as potências emergentes também assumam compromissos de redução de emissões, o que a China vem recusando. E a China já é o maior emissor mundial, superando os Estados Unidos.

O Brasil terá um papel muito importante, entre outros motivos porque em Durban terá grande destaque a discussão sobre a proteção de florestas como estratégia essencial no combate ao aquecimento global por razões humanas. O papel das populações locais na proteção das florestas, como os povos indígenas, será nesse sentido muito valorizado. E nesse aspecto o Brasil estará no centro das atenções, em função da polêmica sobre a construção da usina de Belo Monte.

A África do Sul tem a maior proporção de emissão de dióxido de carbono por habitante no continente africano. Isso porque 95% de sua energia elétrica são derivados de fontes fósseis, como o carvão. Neste cenário global e local, não são muitos os sinais positivos de que algo concreto saia de Durban, prevenindo as mudanças climáticas. Mas, como no futebol, no qual o jogo "só termina quando acaba", é preciso manter a esperança, e ver os resultados da Conferência da Convenção do Clima. Um saldo positivo será fundamental para melhorar as expectativas em relação à Rio+20, em junho de 2012, no Rio de Janeiro. Em 2001 Durban sediou a Conferência Mundial sobra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância, que foi um marco a favor de maior tolerância e cooperação no mundo. Tomara que esse espirito ilumine os governos agora, na Conferência do Clima. (Por José Pedro S.Martins)

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