segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O esporte pode contribuir para Política Nacional de Mudança Climática e Plano Estratégico para Convenção da Diversidade Biológica

Cena do Pantanal, com garças, jacarés e muito

verde e água, signo da rica biodiversidade brasileira

Por José Pedro S.Martins


No próximo dia 23 de novembro o Movimento Empresarial pela Biodiversidade (MEB) promove um seminário para discutir a possível convergência entre a Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC) e as Metas Nacionais para o Plano Estratégico 2011-2020 para a Convenção da Diversidade Biológica (CDB). O seminário acontece no auditório da Natura, em Cajamar (SP). O esporte brasileiro, que vive na expectativa de um momento excepcional, com a Copa de 2014 e Olimpiadas e Paraolimpíadas de 2016, pode contribuir muito com ações tanto para a PNMC como para as Metas Nacionais para o Plano Estratégico 2011-2020 para a CDB.


A visão do Movimento Empresarial pela Biodiversidade é a de que as questões de mudanças climáticas e proteção da biodiversidade devem ser tratadas em conjunto no Brasil. Isto porque a maior parte das emissões de gases-estufa pelo Brasil é derivada de desmatamento, que afeta diretamente a rica biodiversidade do país. Calcula-se que até 10% ou mais da biodiversidade mundial estejam no Brasil, que se torna, então, estratégico para os objetivos propostos no Plano Estratégico 2011-2020 para a Convenção da Diversidade Biologica. O Plano foi aprovado no final de 2010 em Nagoya, no Japão. A Política Nacional de Mudanças Climáticas foi aprovada em 2009.


O esporte brasileiro pode contribuir muito para as duas áreas, que agora tendem a caminhar juntas. Na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho de 2012, no Rio de Janeiro, várias organizações empresariais e ONGs se empenharão para que os temas sejam tratados conjuntamente. Até o momento o grande foco da comunidade internacional é na questão das mudanças climáticas.


Tendo em vista a Copa de 2014 e Olimpiada e Paraolimpiada de 2016, mas também o esporte de forma geral no país, o Brasil pode, entre outras medidas, fomentar o uso de energias renováveis na construção de instalações esportivas (uso de painéis solares, energia eólica e outras fontes renováveis); buscar o uso de equipamentos que considerem a eficiência energética, diminuindo a necessidade de construção de novas usinas geradoras de eletricidade, empreendimentos geralmente impactantes para o meio ambiente; utilizar critérios bioclimáticos na construção de instalações esportivas, como o maior uso de energia natural e outros ingredientes; e multiplicar de ações para minimizar os impactos dos eventos esportivos na emissão de gases que agravam o aquecimento global. Medidas como reflorestamento maciço com espécies nativas, com base no cálculo das emissões de carbono equivalente emitidas durante um evento. Hoje já existem disponíveis e acessíveis formas e fórmulas para calcular a emissão de gases de efeito-estufa por um evento esportivo.
Em termos de colaboração do esporte em geral e desses megaeventos em particular, para a proteção da biodiversidade, o Brasil pode, entre outras ações, no planejamento e realização de eventos esportivos, utilizar mecanismos para uma gestão sustentável das paisagens, favorecendo o desenvolvimento regional sustentável e o turismo sustentável; dar atenção especial às Unidades de Conservação, localizadas no entorno de instalações esportivas; promover reflorestamentos com espéciesNegrito nativas, principalmente em áreas degradadas e matas ciliares, como parte das políticas de compensação pela emissão de gases de efeito-estufa por eventos esportivos; e ter cuidados especiais com a fauna local, próxima das instalações e durante eventos esportivos.
Sediando a Rio+20, Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016, entre outros eventos, o Brasil pode firmar liderança global em sustentabilidade. Uma Agenda 21 do Esporte pela Sustentabilidade, abrangendo todos aspectos associados, seria uma contribuição fundamental do país. (José Pedro Martins é jornalista e escritor, autor entre outros livros de "Jogo Verde, Jogo Limpo - 100 propostas para uma Agenda 21 Brasil do Esporte pela Sustentabilidade, o Turismo Sustentável, a Paz e a Diversidade Cultural", Komedi, 2011)

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